Produtor investe em aviário Dark House de 160 metros

Administração - Domingo, 18 de Abril de 2021


Produtor investe em aviário Dark House de 160 metros

O agricultor Elton Wahlbrinck (60), da Linha Castro Alves, em Imigrante recebe nesta semana o primeiro lote de frangos no seu mais novo investimento: um aviário Dark House de 160 metros de comprimento por 16 metros de largura.

Com a obra iniciada no ano passado, segundo o avicultor, o investimento sairá em torno de R$ 1,2 milhão e será capaz de abrigar 70 mil frangos. “Se tudo ocorrer bem, serão em torno de nove lotes ao ano” comemora. A produção deste novo aviário se junta a outros dois, que também são pelo sistema Dark, mas menores, e não empregam tanta tecnologia. Wahlbrinck, que conta com a sua esposa Silvani, os filhos e logo mais os netos para cuidar da propriedade, calcula que serão cerca de 120 mil frangos alojados, e com isso deve se tornar o maior produtor de frangos em unidades no município.

A tecnologia empregada ajuda nos cuidados e aumenta os ganhos. Em comparação, o novo lote dará em média 35 centavos a mais por cabeça de frango. O modelo de produção chamado de Dark House (casa escura), é oriundo dos Estados Unidos, e permite que o aviário tenha a luminosidade controlada com lâmpadas. O sistema estimula os ciclos de engorda e vida do animal, além de diminuir a energia gasta, a mortalidade, os custos com mão de obra e o tempo de alojamento.

A temperatura é regulada com a ajuda de exaustores e aquecedores, e o isolamento térmico segue padrões internacionais, que mantém a temperatura ideal para cada fase do animal. O alojamento é de frango de corte, no qual o produtor recebe os pintos com um dia de vida e cuida da alimentação dos animais até eles virarem frangos com um mais ou menos um mês de idade e cerca de 1,5kg. Os animais são destinados à Brasil Foods (BRF) de Lajeado para o abate e são vendidos ao mercado interno e externo.

O investimento no aviário foi realizado em parceria com a BRF, onde o produtor custeia o financiamento viabilizado pela empresa integradora e o produtor precisa fornecer água, energia elétrica, maravalha e a mão de obra. Já a BRF fornece os pintos, a ração e a assistência técnica.

O primeiro passo para o início da obra foi a realização da terraplanagem. Após ter a declaração de que possui água e energia elétrica em quantidade suficiente, projeto elaborado por equipe técnica e licença ambiental de instalação, Elton solicitou o auxílio de terraplanagem para a construção ou ampliação de pocilgas, aviários e galpões instituído em Imigrante em lei, e atualizada em 2019 para produtores de leite. Ele foi beneficiado em 80 horas de serviços com subsídio de 100%, e em 70% em mais 120 horas, e o restante foi pago pelo produtor. Somente para esta obra foram necessárias cerca de 540 horas para a terraplanagem.

O Secretário da Agricultura Gilnei Dahmer comenta que a lei que instituiu o auxílio de horas-máquina para terraplanagem já não atende mais os atuais investimentos do setor e é insuficiente caso o proprietário não tenha um lugar plaino para a construção dos aviários ou galpões. “Alguns produtores precisam de muitas horas-máquina para realizar a terraplanagem, pois o único lugar disponível é em uma encosta ou precisa ser aterrado. Já estamos estudando uma atualização na lei para que o auxílio seja mais igualitário e atenda um maior número de produtores” destacou.

Para Elton, o auxílio foi muito importante para o início dos investimentos, mas que pode ser melhorado. “Com o passar dos anos as construções ficaram cada vez maiores, e é preciso mais horas das máquinas para a terraplanagem. Só para se ter uma ideia, nosso primeiro aviário tinha 40 metros, e agora já chegam a 160 metros” mostra.

Ao mostrar todas as tecnologias e a automação do aviário, a família lembra do início da produção de aves, há cerca de 28 anos. “Era um aviário de 40m², todo manual que alojava 3.600 aves. Os frangos saiam com 51 dias, e o carregamento era feito por vizinhos. Em dias de chuva os caminhões atolavam, e tínhamos que usar a junta de bois para tirar eles” lembra a esposa Silvani. “Iniciamos com muitas dificuldades. Muita coisa melhorou, como as estradas e os acesso às propriedades. Tivemos que nos adaptar e aprender a mexer em todos estes botões. Ficou mais fácil, mas a preocupação é maior” destacou.

 

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